A morte de Maradona fez-nos ver ou rever, em documentários e no youtube, os momentos de génio que o elevaram ao Olimpo do futebol. Diego Armando Maradona. Um deus, um deus demasiado humano nas suas luzes e sombras, que não deixa indiferente nenhum de nós que amamos o futebol e que o vivemos nas bancadas com o povo (que saudades...).
Maradona nunca precisou de ser o mais titulado nem de bater sucessivos recordes para fazer vibrar a alma dos adeptos deste desporto. É, de longe, o maior jogador da história do futebol.
Em parte nunca deixou de ser o menino Diego que nasceu pobre, o que o marcou para sempre e nunca o fez abdicar de ser um reconhecido militante da esquerda latino-americana. Esse rapaz fê-lo mergulhar muitas vezes no abismo, numa vida pessoal caótica, nas drogas, nos excessos de álcool, nas relações com a camorra, assemelhando-o mais a uma explosiva estrela rock dos anos 60 e 70 do que a um atleta de alta competição.
Mas nunca deixou de ser o homem-outro, o Maradona, o deus de Nápoles com a sua impressionante osmose cidade-clube que tão bem personifica a forma como eu próprio vivo o futebol. Ficará para a história a forma como levantava o mítico San Paolo. Rebelde, monstruoso, conflituoso, genial com a bola nos pés, como se a tivesse cosida com agulhas às botas e dela pudesse fazer o que quisesse - como quis e fez.
Há inúmeros momentos memoráveis de Diego Armando Maradona, mas há um vídeo que não podemos perder. Não foi durante nenhum jogo, mas sim no aquecimento antes das meias-finais da Taça UEFA de 1989 que o Nápoles disputaria com o Bayern de Munique.
Ao som de «Live is Life»,
vale a pena ver o génio sobre-humano de Maradona. Um escolhido.
«Si yo fuera Maradona
Viviria como el
Si yo fuera Maradona
Frente a cualquier porteria
Si yo fuera Maradona
Nunca m'equivocaria
Si yo fuera Maradona
Perdido en cualquier lugar
La vida es uns tómbola
De noche y de dia
La vida es una tombola
Y arriba y arriba!