05 Out 2018
Viva a República!
Viva a República!

Longa vida à República Portuguesa!

Hoje lembramos uma data libertadora que cumpriu o ideário emancipatório da Revolução Francesa, das Luzes, do Iiberalismo político republicano, do poder do soberano e, mais subsidiariamente, da “Primavera dos Povos”. A República acabou com o sistema caduco da monarquia e dos privilégios dinásticos, encetando uma extraordinária obra que o Estado Novo e uma parte da direita ainda hoje menoriza como uma mera fase de convulsões.

Na verdade, tirando o erro hoje facilmente identificável, mas historicamente enquadrável, da participação portuguesa na Primeira Guerra Mundial, os republicanos enfrentaram o país que a monarquia deixou: completamente subdesenvolvido, com 75% de analfabetos, pavorosamente pobre, dominado pelos santos e pela fome.

Os republicanos foram pioneiros em múltiplos avanços sociais com a nova Constituição Republicana: instrução e escola pública, criação do ensino primário infantil obrigatório, lei do divórcio, separação entre Estado e Igreja, promoção da saúde pública, abolição do juramento religioso, reconhecimento do direito à assistência pública, legislação laboral a favor dos trabalhadores, etc.

Em todo este difícil percurso enfrentaram a desestabilização das velhas ordens, a pastoral dos bispos contra a República e a resistência dos antigos privilegiados.

Neste dia homenageamos todos os republicanos que nos permitiram libertar do jugo monárquico naquele 5 de Outubro de 1910, mas também todos os heróis da pátria que se sacrificaram por esse ideal antes deles, incluindo os revolucionários do 31 de Janeiro de 1891 no Porto, os maçons e os carbonários que abalaram a fase final da monarquia, sem esquecer o “velho” Partido Socialista Português de Antero de Quental e todos os movimentos de inspiração intelectual progressista que lutaram pela queda do rei e toda a sua casta de privilegiados de sangue contra a maioria da população.

Não há nada mais importante do que isto: poder do povo, pelo povo e para o povo.

Onde havia súbditos, há hoje cidadãos.

Viva a República!