Ao longo dos últimos anos, o STOP transformou-se num dos mais importantes centros de criação musical do país. Centenas de músicos têm ali desenvolvido os seus projectos, num contexto de liberdade, pluralidade e integração na comunidade.
Os problemas de segurança, propriedade e licenciamento das lojas do STOP são conhecidos há muitos anos, não devendo ser menosprezados, até porque eventuais falhas na avaliação das condições de segurança (como prevenção de incêndios) implicam directamente o município. Sabemos também que existem dificuldades relacionadas com a dispersão dos proprietários privados das lojas, que têm impedido soluções e em relação aos quais os poderes públicos não se podem substituir.
A consciência desta complexidade não pode fazer-nos, porém, concordar com a acção de despejo e a forma como ela foi feita. Tratou-se de uma acção desproporcionada que suspendeu o trabalho de centenas de músicos, impediu o acesso às instalações sem pré-aviso e não assegurou a necessária continuidade dos projectos em curso: não tinha de ser assim e houve tempo para evitar este desfecho.
O líder do PS Porto e vereador na Câmara Municipal do Porto, Tiago Barbosa Ribeiro, considera que «o STOP é um projecto cultural único no país, notável e vibrante, que convoca necessariamente a autarquia como parte interessada para a sua manutenção. O Porto não pode perder o património cultural do STOP. Apelamos, por isso, a que seja rapidamente encontrada uma solução participada pelos músicos, com diálogo e bom senso entre todos, dando continuidade ao projecto do STOP».